Rússia alerta para “consequências imprevisíveis” se os EUA enviarem mísseis Patriot para a Ucrânia

A Rússia respondeu aos relatos de que os EUA estão prestes a enviar o sistema de defesa aérea Patriot para a Ucrânia, chamando-o de uma medida “provocativa” que “pode levar a consequências imprevisíveis”.

Os EUA ainda não anunciaram a decisão de enviar os sistemas avançados, o que poderia ajudar a Ucrânia a resistir a uma série de ataques com mísseis russos, mas vários relatórios indicaram que tal anúncio poderia ocorrer esta semana.

“Se isto for confirmado, testemunharemos mais um passo provocativo da administração, que pode levar a consequências imprevisíveis”, afirmou a Embaixada da Rússia em Washington num comunicado. “As entregas contínuas de armas apenas fortalecerão o sentimento de impunidade do regime de Zelensky e o levarão a novos crimes contra civis nas regiões de Donbass, Kherson e Zaporozhye.”

Os EUA e os países da NATO já enviaram outros sistemas de defesa aérea para a Ucrânia, incluindo dois carregamentos do Sistema Nacional Avançado de Mísseis Superfície-Ar. Mas os Patriots, fabricados pela empresa norte-americana Raytheon, são os sistemas de defesa antimísseis terra-ar mais avançados que a OTAN tem no seu repertório.

Tal sistema poderia ajudar a Ucrânia a abater ameaças maiores vindas de lugares mais distantes, mas os EUA até agora recusaram enviar Patriotas, em parte devido a preocupações de que isso fosse visto como uma escalada por Moscovo.

“A estratégia de Washington causa enormes danos não só às relações russo-americanas, mas também cria riscos adicionais para a segurança global”, afirmou a Embaixada da Rússia, culpando os EUA pela invasão em curso da Rússia.

Mas as entregas responderiam aos repetidos apelos de Kiev por sistemas mais avançados do Ocidente, numa altura em que a Rússia está a lançar séries de ataques com mísseis contra a infra-estrutura energética da Ucrânia e outros alvos.

“Estamos a preparar acordos que irão reforçar as nossas capacidades de defesa e dar à Ucrânia mais capacidades operacionais”, disse o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, no seu discurso nocturno de quarta-feira.